Um vilão chamado Greenwashing

Por Bruno Rezende.

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Este post é importante para todos nós consumidores que diariamente somos bombardeados pela publicidade. Se ainda não notaram, há alguns anos começou a moda de se criar campanhas que destacam empresas e produtos ambientalmente responsáveis, mas muitas dessas empresas utilizam a prática do Greenwashing.

O Greenwashing – no bom portugês singnifica “lavagem verde” – é um termo em língua inglesa usado quando uma empresa, ONG, ou mesmo o próprio governo, propaga práticas ambientais positivas e, na verdade, possui atuação contrária aos interesses e bens ambientais. Trata-se do uso de idéias ambientais para construção de uma imagem pública positiva de "amigo do meio ambiente" que, porém, não é condizente com a real gestão, negativa e causadora de degradação ambiental. É importante ressaltar que o Greenwashing não se confunde com o Greenmarketing. Greenwashing é um termo pejorativo, que representa algo prejudicial ao meio ambiente.

Esta prática nociva de gestão é um problema global e vem sendo discutido por vários meios especializados no assunto. Em um artigo intitulado "Green is the colour of money", a jornalista norte-americana Amanda Witherell denuncia que empresas estão investindo dinheiro em iniciativas ambientais para encobrir ofensas do passado ao meio ambiente. Organizações não governamentais, mal intencionadas, praticam Greenwashing para captação de recursos públicos ou privados, que posteriormente serão em boa parte desviados para aplicação em atividades ou empreendimentos causadores de degradação ambiental. Governos praticam Greenwashing para seduzir cidadãos e determinar os rumos da economia, por exemplo, a redução de impostos para estimular o consumo.

Mas como você consumidor pode identificar as práticas de Greenwashing no seu dia-a-dia?

O último relatório do Terra Choice, mostra que de 2007 a 2009 o crescimento dos produtos verdes subiu de 40% para 176%, mas desse valor, 98% cometeram pelo menos um dos pecados listados abaixo:

1. Palavras ou expressões sem significado claro, como “eco-amigável”.

2. O melhor dos piores: Cigarros produzidos de maneira ecologicamente correta e carros com combustível eficiente.

3. Anúncios fabricados: Imagens verdes que indicam um impacto verde injustificado, como propaganda com flores saindo do escapamento de um carro.

4. Jargões: Quando o produto passa poucas informações e é carente de detalhes, para tentar convencer só usam termos generalistas.

5. Anúncios irrelevantes: enfatizando um atributo verde quando todo o resto não o é.

6. Etiquetas falsas: Para convencer o consumidor, criam certificações internas que de alguma forma tornam qualquer detalhe normal da produção em um grande diferencial.

7. Sem prova: A empresa diz que o produto é feito com consciência ambiental, mas ninguém prova o fato.

8. Mentiras: Dizer que a empresa economiza energia, quando  isso não é verdade.



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