A desigual luta de indígenas brasileiros contra produtores de etanol

Por Bruno Rezende.

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Ser “verde” virou uma moda, todo mundo já sabe, mas poucos sabem o quanto essa ideia pode ser perigosa. A todo instante vemos soluções e teorias que visam o bem da sociedade, a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável. Na prática não é assim que funciona, fins políticos e comerciais estão em jogo a todo momento e a qualquer preço. O curta metragem “À sombra de um delírio verde” nos mostra a realidade escondida por trás da produção de etanol, que é defendida exaustivamente pelos governantes e pela imprensa como ecologicamente correta.

coluna zero, meio ambiente, consumo consciente, biocombustíveis, etanol, Guarani Kaiowá, política, assassinato, agricultores, documentario, curta metragem, mato grosso do sul, brazilO povo indígena Guarani Kaiowá vive na região sul do Mato Grosso do Sul, fronteira com Paraguai. Trata-se da etnia indígena com a maior população no Brasil, mas vive uma luta desigual por terra contra as grandes transnacionais do agronegócio, aquelas que também estão de olho na aprovação do Novo Código Florestal.

Que tal saber que 40 mil índios Guarani Kaiowá vivem hoje em menos de 1% de seu território original e sobre suas terras encontram-se milhares de hectares de cana-de-açúcar plantados por multinacionais interessadas em produzir etanol? Que convivem há anos com uma epidemia de desnutrição e sem alternativas de subsistência, adultos e adolescentes são explorados nos canaviais em exaustivas jornadas de trabalho? Que dependem de cesta básica do governo? Não é sensacionalismo, são conseqüências do delírio verde que vivemos.

E o curta metragem “À sombra de um delírio verde” não poderia ter um nome e um momento mais pertinente que esse para chegar a internet. Na manhã do dia 18 deste mês de novembro o Cacique Nísio Gomes foi morto a tiros de calibre 12 num ataque feito por cerca de 40 pistoleiros mascarados, ao final ainda levaram o corpo do índio. Na última segunda-feira desta semana aconteceu um novo ataque, saiba mais aqui. E pra variar ninguém é punido, mesmo que todos saibam quem provocou tudo isso.

Voltando ao filme... ele expõe as atrocidades praticadas a mando dos fazendeiros sobre esse povo indígena pela disputa de terras para plantação de cana-de-açúcar, conhecida também como “ouro verde”. A produção independente – realizada sem recursos públicos, de empresas ou do terceiro setor – foi feita conjuntamente pela repórter televisiva belga An Baccaert, o jornalista brasileiro Cristiano Navarro e o repórter cinematográfico argentino Nicolas Muñoz. O filme começou a ser rodado nas aldeias da região sul do Mato Grosso do Sul, em abril de 2008, e contou com apoio logístico da Associação de Professores Guarani Kaiowá e das ONG’s Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e Foodfirst Information & Action Network (Fian international). Sua finalização, feita de maneira “quase artesanal”, foi concluída em janeiro de 2011.

Sem mais, confiram:


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